Abandono afetivo: consequências na formação da criança
- ligapsisocial9
- 21 de ago. de 2023
- 3 min de leitura

Abandono afetivo é um tema delicado e relevante quando se trata do desenvolvimento emocional e psicológico de uma criança. Ele ocorre quando uma figura importante na vida da criança, geralmente um dos pais ou cuidadores principais, falha em fornecer o apoio emocional necessário para o crescimento saudável e equilibrado do infante. Esse tipo de abandono pode ter consequências significativas na formação da criança e em seu bem-estar futuro. Amparado pelo Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), o desenvolvimento psicológico e emocional de crianças e adolescentes é um direito protegido e assegurado.
A infância é uma fase crucial para a construção das bases emocionais e sociais de um indivíduo. O carinho, a atenção, o suporte emocional e a segurança que uma criança recebe durante os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento de sua autoestima, habilidades sociais, empatia e confiança. Quando essa base é frágil ou ausente, as consequências podem ser profundas.
Uma possível consequência é o impacto na autoestima da criança. A falta de reconhecimento e valorização de suas emoções e realizações pode levar a um sentimento de desvalorização pessoal, prejudicando a confiança em si mesma e limitando suas oportunidades de crescimento pessoal.
Além disso, o abandono afetivo pode influenciar o desenvolvimento cognitivo da criança. A falta de estímulos emocionais adequados pode prejudicar a capacidade de aprendizado e concentração, afetando o desempenho acadêmico e a realização de metas pessoais.
As consequências do abandono afetivo também se refletem no aspecto emocional. A criança pode desenvolver problemas de ansiedade, depressão e dificuldades em lidar com suas emoções. Ela pode ter dificuldade em expressar sentimentos ou compreender os sentimentos dos outros, o que pode resultar em problemas de comunicação e em seus relacionamentos interpessoais.
Além disso, o abandono afetivo na infância está associado a um maior risco de desenvolvimento de transtornos psicológicos, como a depressão e o transtorno de apego reativo.
É fundamental ressaltar que o abandono afetivo não se restringe apenas à ausência física dos pais ou cuidadores. Ele pode ocorrer mesmo na presença física, quando os responsáveis não se envolvem emocionalmente com a criança ou não demonstram afeto e cuidado.
Para prevenir e combater o abandono afetivo, é essencial que a sociedade e os profissionais envolvidos na vida da criança estejam atentos aos sinais de negligência emocional. É importante oferecer suporte às famílias, promover a conscientização sobre a importância do afeto na infância e proporcionar ambientes seguros e acolhedores para o desenvolvimento saudável das crianças.
Caso seja identificado um cenário de abandono afetivo, é crucial buscar ajuda profissional, como psicólogos e assistentes sociais, para auxiliar tanto a criança quanto os cuidadores a compreenderem e superarem essas dificuldades emocionais. Dessa forma, será possível proporcionar à criança a oportunidade de crescer e se desenvolver com amor, segurança e confiança, o que contribuirá significativamente para a sua qualidade de vida no futuro. O sofrimento causado por esses danos podem gerar inclusive indenização às vítimas.
REFERÊNCIAS
DEFENSORIA DO ESTADO DO CEARÁ. Abandono afetivo: Quando a negligência emocional pode se transformar em indenização. Disponível em: <https://www.defensoria.ce.def.br/noticia/abandono-afetivo-quando-a-negligencia-emocional-pode-ser-transformar-em-indenizacao/>. Acesso em: 21 de jul. de 2023
WINNICOTT, D.W. (2008). A criança e o seu mundo (6a ed.). Rio de Janeiro: LTC.
MOREIRA, Lisandra Espíndula. TONELI, Maria Juracy Filgueiras. Abandono Afetivo: Afeto e Paternidade em Instâncias Jurídicas. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Psicologia, dez. 2015
ARAÚJO, Raquel Figueira de Sousa. MOUCHEREK, Michelle Correa. Abandono afetivo na infância e os danos psicológicos: Uma revisão integrativa da literatura. Research, Society and Development, v. 11, n. 15, e274111536934, 2022.
Artigo: Fanie Amaral
Publicado: Andréa Crispim Francisqueti
Revisão: Daniela Ramela Gama
Imagem: internet
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