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Quantos de nós nunca experimentaram aquela sensação de nervosismo ou desconforto ao nos depararmos com a necessidade de falar em público ou até mesmo conhecer novas pessoas? De fato, essa experiência está longe de ser algo individual; pelo contrário, é algo comum a todos os seres humanos, já que lidamos diretamente com a nossa zona de conforto e com a possibilidade de julgamento social. O julgamento social pode estar atrelado a crenças sobre autoestima e/ou valor próprio, ou seja, como estou sendo visto pelas outras pessoas e se esta visão social é considerada boa ou ruim, por exemplo, o medo de ser percebido como inseguro ou não atrativo.
Algumas destas características são atribuídas a pessoas com personalidade tímida, que tendem a buscar menos interações sociais. No entanto, isso não quer dizer que elas não consigam ter uma boa interação; simplesmente preferem evitar certas circunstâncias.
É possível reconhecer a timidez como algo normal, mas até que ponto ela pode se tornar um problema que exija atenção especial? Esse ponto é ultrapassado quando as situações sociais são experienciadas de uma maneira tão intensa pelo sujeito que causam prejuízos pessoais, profissionais ou afetivos, caracterizando o que chamamos de fobia social ou ansiedade social.
Pensando na fobia social no seu estado mais grave, a pessoa busca evitar ao máximo as interações sociais, como apresentações, festas ou até mesmo comer em locais públicos. Esse comportamento de evitação pode levar o sujeito a se isolar da sociedade, resultando em consequências até mesmo como recusa de propostas de emprego presenciais ou abandono dos estudos. Além disso, os indivíduos normalmente experienciam sintomas físicos como sudorese em excesso, tremores e calafrios.
Conforme mencionado no início do texto, o julgamento social é um dos principais pontos de angústia para os indivíduos que sofrem de fobia social. Muitas vezes, essas pessoas possuem fortes crenças de desamor e desvalor, onde não se veem capazes de lidar com as situações sociais e pensam que são altamente julgados pelas outras pessoas. No entanto, o fato é que essas crenças normalmente são distorcidas e não condizem com a realidade.
Conforme Lamberg (1998, apud Magalhães, 2010), vale destacar, que os fóbicos sociais têm quatro vezes mais chances de desenvolver outros distúrbios de ansiedade, como crises de pânico e agorafobia, além de uma probabilidade de duas a três vezes maior a depressão, que pode ser corroborada com o isolamento. Portanto, é de extrema importância buscar a ajuda de um profissional da psicologia para o cuidado e tratamento dessa condição.
Segundo Magalhães (2010), no que diz respeito ao tratamento, diversos estudos comprovam a eficácia da terapia cognitivo-comportamental no manejo dos transtornos de ansiedade, incluindo a fobia social. Esta abordagem busca reestruturar as crenças disfuncionais do sujeito, apresentando outros pontos de vista e ensinando técnicas de relaxamento para os momentos de maior ansiedade. Além disso, a terapia foca no desenvolvimento do repertório social, auxiliando a lidar com situações que exijam habilidades sociais mais apuradas, capacitando-os a colocar em prática essas habilidades no futuro.
Em suma, é importante ressaltar que sentir ansiedade em certos momentos é algo totalmente normal, mas é importante buscar ajuda profissional quando essa ansiedade interfere em nossa vida diária, nos fazendo deixar de realizar algo, nos paralisando ou quando evitamos diversas situações. Reconhecer e tratar a fobia social é essencial para melhorar a qualidade de vida e promover o bem-estar emocional.
Referências:
FALCONE, Eliane. Quando a timidez se torna um problema. Conte, FCS & Mezzaroba, SMB Comportamento humano–Tudo ou quase tudo, que você precisa saber para viver melhor. 1ª ed. Santo André, SP: ESETec Editores Associados, 2002
MAGALHÃES, Rui Tavares. Da timidez à fobia social. 2010. Dissertação de Mestrado.
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Artigo: Henrique Monteiro
Publicado: Danyela Silva
Revisão: Edgard Varis
Imagem: Internet
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