Dia da Saúde Mental
- ligapsisocial9
- 10 de out. de 2022
- 3 min de leitura

Saúde mental - Suicídio, uma questão individual ou social?
Setembro começa e logo a palavra amarelo vem à mente dos brasileiros como um sinal de alerta, desde 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM organiza campanhas que corroboram para a desestigmatização do suicídio e incentivam ações de diálogo em todo território brasileiro, o período coloca em foco a saúde mental, mais especificamente, a falta dela.
Apesar de ainda ser um tabu para grande parte da sociedade, o suicídio é uma das causas que mais mata no mundo, mais do que o HIV, a malária, o câncer de mama ou até homicídios, de acordo com a OMS - Organização Mundial da Saúde.
Outro número alarmante divulgado pela organização é o de suicídios registrados no Brasil, são 14 mil por ano, o que daria 38 mortes por dia, ou, aproximadamente, uma morte a cada 40 minutos; sem contar com as subnotificações, que podem envolver casos de overdose e diversos tipos de acidentes que não necessariamente são enquadrados diretamente como suicídio, porém podem envolver características similares na vontade do sujeito.
Não importa a idade ou classe social, as mortes autoinfligidas atingem a todos de forma democrática e deixam um rastro de dor e sofrimento em seu percalço. Todos nós já ouvimos falar sobre uma história trágica de um jovem com a vida toda pela frente, e que, sem razões aparentes ou grandes alardes, cometeu suicídio, deixando amigos e familiares com sentimento, principalmente de culpa.
Quando o assunto surge, há um certo quê de mistério que o envolve, algo que incomoda profundamente a ponto de levantar diversos questionamentos sobre o “porquê” e o "que" levou aquela pessoa a tomar essa decisão, culminando em uma vertente e até se haveria algo que as pessoas a sua volta poderiam ter feito.
O que faz questionar, será que o suicídio envolve questões somente do âmbito pessoal ou existem fatores que ultrapassam as barreiras da vida privada daquele indivíduo e englobam toda a sociedade? Seria este o sintoma de uma sociedade doente?
Para muito além de um problema individual, existem traços de convergência que levam à crer que o suicídio já pode ser considerado uma questão social, até mesmo uma problemática de saúde pública.
Ao sair do âmbito pessoal percorre-se um longo caminho que envolve esferas sociais e institucionais, como famílias, escolas, igrejas e trabalho, até chegar no próprio sistema econômico social, o capitalismo.
Partindo de um pressuposto marxista (LIMA, 2019), a maturação do sistema capitalista contribui para o isolamento e individualismo que gera uma solidão em massa. Em outras palavras, o indivíduo se vê cada vez mais sozinho, sem recursos ou redes de apoio que possa contar em momentos de sofrimento.
Por fim, cabe a nós, como psicólogos sociais, e até mesmo como membros da sociedade, promovermos a conscientização forma ampla desse problema social, participando da produção de políticas públicas que agreguem e ampliem ações em que a prevenção do suicídio e saúde mental estejam em pauta. Conscientizar, incentivar e cobrar do Estado e instituições esse olhar para a saúde mental de forma sistemática, parece ser a melhor forma de promover uma sociedade mais integrada e saudável (MARTÍN- BARÓ, 1996).
Se você precisa de ajuda ou conhece alguém que precise, não deixe de procurar ajuda em órgãos como o CCV (Centro de Valorização da Vida).
Texto elaborado no processo seletivo II semestre LAPSOED
Referências:
https://www.scielo.br/j/epsic/a/T997nnKHfd3FwVQnWYYGdqj/?lang=pt
Artigo: Larissa Turco
Publicação: Maíra Paschoal
Revisão: Daniela Gama @danirgama
Supervisor: Gabriel de Souza Silva (@gabrielssilva_psi)
Imagem: internet
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