![](https://static.wixstatic.com/media/8a172a_c8b88ed7a7ab4bc7a6b049ab524a2230~mv2.jpg/v1/fill/w_701,h_438,al_c,q_80,enc_auto/8a172a_c8b88ed7a7ab4bc7a6b049ab524a2230~mv2.jpg)
O Dia de Finados, vivenciado em 2 de novembro surgiu pelo olhar especial do abade Odilo, hoje conhecido como Santo Odilon entre os católicos. Teria acontecido pela primeira vez no ano de 1998, sendo universalizada apenas no século XX (20). Ele acreditava que as almas passavam pelo purgatório antes de chegar ao paraíso e, caberia aos terrenos, fazerem suas preces e pedir auxílio pela alma daqueles que partiram.
É muito difícil quando recebemos a notícia de que alguém partiu. Nos força a lembrar de que a vida tem seu limite, que podemos até tentar controlá-la, mas que essa é uma ação impossível de ser realizada. A vida é caracterizada por um conjunto de elementos, por lembranças, sentimentos, emoções, momentos vividos que nos marcam e moldam quem somos, é naquele abraço quentinho depois de um dia difícil, nas palavras calorosas depois de uma decepção, no pãozinho assado no forno para comer pela manhã ou no café da tarde numa conversa gostosa.
A vida também se dá nas palavras precisas e brutas depois de um erro que cometemos, no puxão de orelha e no curativo depois de alguns arranhões. Cada pessoa que passa por nós, nos traz de certa forma, um pedacinho de si, aprendemos com elas, seja como ser ou como não ser. Mas como lidamos quando essa pessoa que, de alguma forma foi significante para nós, não está mais presente, nem disponível? A mensagem não vai ser respondida, não haverá mais abraços calorosos, não existirá mais conversas, fofocas, sorrisos e pãozinho assado no forno pelas manhãs.
Fica dentro de nós um espaço vazio, saímos de nosso controle, não falamos sobre a morte e não damos a atenção que esse assunto merece, portanto, quando a morte acontece, não sabemos exatamente como lidar, o que fazer, como prosseguir, qual caminho tomar. Freud (1925-26) sugere dar abertura às lembranças como forma de enfrentamento, ignorá-las ou suprimir seus sentimentos podem trazer complicações. Temos hoje variadas culturas e diferentes formas de enfrentar esse momento, velamos, enterramos, cremamos, celebramos. De um lado temos um Brasil que chora por seus mortos e do outro temos um México que celebra essa data, pois acredita que as almas têm sua liberdade para visitar os entes queridos.
Elizabeth Klüber-Ross sugere que existem cinco fases no luto, sendo elas: negação e isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação. Essas fases não precisam necessariamente ocorrer na ordem proposta, cada pessoa tem sua maneira de vivenciar o luto. Mas é importante dizer que, independentemente de como tenha sido a morte, nós sempre teremos dificuldades em enfrentá-la.
Precisamos lembrar que ainda há vida naqueles que ficaram, que ainda haverá abraços, sorrisos e palavras duras, que nunca vão substituir aquele que se foi, mas, que de alguma forma, vai nos marcar tanto quanto. Nos trazer para a realidade e encontrar a nossa forma de lidar com ela e, se for mais difícil do que achamos conseguir enfrentar. Existem profissionais importantes como psicólogos, para nos ajudar nesse processo e talvez o tornar possível de ser enfrentado. Que nessa data, possamos acolher nossos sentimentos, revisitando nossas lembranças sem julgamentos e, nos permitir apenas sentir.
FONTES:
![](https://static.wixstatic.com/media/8a172a_9ce92994b2bd4c5798a106a8fa3d8615~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_1322,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/8a172a_9ce92994b2bd4c5798a106a8fa3d8615~mv2.jpg)
Artigo: Andressa Rodrigues Vieira
Publicação: Andréa Crispim
Revisão: Daniela Gama @danirgama
Supervisor: Gabriel de Souza Silva (@gabrielssilva_psi)
Imagem: internet
Comments