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Dia Mundial da Gentileza

Foto do escritor: ligapsisocial9ligapsisocial9

A GENTILEZA QUE GERA A EMPATIA E QUE GERA A ASSERTIVIDADE: AS HABILIDADES SOCIAIS COMO PILAR DAS RELAÇÕES HUMANAS.


"O treino das habilidades sociais é definido como um enfoque geral da terapia, dirigido a incrementar a competência da atuação em situações críticas da vida". (GOLDSMITH, MCFALL; 1975).


Por preservação da identidade, chamarei de A., trata-se de uma mulher de 50 anos, residente na região da grande São Paulo (mais especificamente na Zona Leste da capital paulista), possui uma rotina um tanto quanto atribulada, quando relata o seu dia a dia. É estudante universitária de uma instituição acadêmica renomada (está cursando o 5º semestre do bacharelado, em um curso da área da saúde) e é mãe de dois jovens estudantes (um é universitário e o outro cursa o último ano do Ensino Médio).


A. desenvolve inúmeras tarefas durante o decorrer da semana, como os afazeres domésticos no que tange o determinado cuidado com a sua casa e com os seus filhos, como também, e paralelamente a estas responsabilidades, produz todas as atividades do seu curso acadêmico (leituras de textos e artigos, anotações em um caderno “super fofo” e projetos em grupos).


A nossa pequena narrativa sobre o tema abordado se inicia justamente agora, quando A. precisará cursar uma disciplina em um outro semestre, em uma outra turma, e sem algum rosto previamente conhecido…


A seguir, entra em cena M., 46 anos, munícipe da região do ABC paulista, que também se mantém extremamente atarefado em seu dia. Ele é professor da Educação Básica na rede pública em uma municipalidade, é igualmente estudante do mesmo curso de A. (está matriculado em outra turma e em outro semestre) e é pai de uma pré-adolescente, que cursa o Ensino Fundamental II.

M. compõe o corpo de representantes de sala da sua turma, e portanto desempenha funções como receber os novos colegas e compartilhar as informações com os mesmos.


Aos fatos: A. foi matriculada no mesmo período, no mesmo semestre e na mesma turma de M., para cursar uma disciplina em comum da grade curricular e seguindo as orientações acadêmicas de sua universidade, A. procurou M. (representante de sala e de turma), para o acolhimento estudantil, em um âmbito geral. M. procurou munir A. com todas as informações necessárias, permitindo assim que ela pudesse passar por uma transição de turma e período de maneira muito tranquila. A. se mostrou receptiva em captar novas informações e não obstante, dividir os seus materiais, as suas anotações e as suas informações com M., que ficou muito feliz com a reciprocidade e gentileza de sua mais nova colega. No final deste período, ambos obtiveram elevado aproveitamento, em absorção de conhecimento e com notas finais acima da média.


Aos questionamentos: Será que A. e M. foram gentis de maneira mútua? A. e M. não se conheciam e sequer já tinham se visto uma única vez, e por esse fato, tinham (ou não) a "obrigatoriedade" em externar uma pontual troca de gentileza? Será que esta relação desencadeou outras habilidades sociais, além da gentileza?


Refletindo sobre as questões hipoteticamente levantadas, acredito que na narrativa (que serviu de modelo para esta discussão), houve o desencadeamento do comportamento gentil, e a partir desta ação, construiu-se consequente empatia entre os dois indivíduos citados, e de maneira recíproca. Seria então, a gentileza, uma habilidade com extrema necessidade em ser difundida, pois através dela, podemos atrelar às relações humanas, outras habilidades sociais tão importantes quanto à própria gentileza. Em suma, ela promove profundas experiências comportamentais nos indivíduos, no campo das interações. Segundo RABELO, HEES e PILATI (2012), “a gentileza é um tipo de comportamento prosocial com importantes implicações no cotidiano das pessoas”.


No específico caso dos colegas A. e M., nos deparamos apenas com uma questão burocrática acadêmica, mas podem existir episódios, com razões sentimentais mais aprofundadas, no universo das relações entre pessoas, em que a disseminação das habilidades sociais (e principalmente da gentileza) podem promover um resgate da essência humana (já ouvimos por aí que um simples bom dia, ou um singelo abraço, podem salvar uma vida).


Não tenho dúvida da existência de uma íntima relação entre vida saudável e as interações sociais. Esta simbiose acontece pela real convivência dos seres com alguns de seus pares, seja em casa, no seu trabalho, na universidade ou em qualquer outro local de integração-interação


“As relações entre análise do comportamento e

habilidades sociais configuram uma interface

histórica de produção e aplicação de

conhecimento sobre o comportamento social”.

(DEL PRETTE, DEL PRETTE; 2010)



Entendo também que o conhecido “Treinamento de Habilidades Sociais” (THS) permite que haja estímulos para possíveis alterações comportamentais, com trocas entre os indivíduos e o ambiente de interação, estabelecendo assim, uma mudança de concepção social nas relações (ou seja, aqueles que promovem e se permitem praticar de forma coerente as habilidades sociais, reforçando assim, positivamente os comportamentos podem ser considerados socialmente competentes, para o desenvolvimento de forma plena, inúmeras tarefas seguindo ou não a ordem “gentileza-empatia-assertividade”).


Portanto, sejamos gentis! Não conhecemos os problemas e muito menos as dores dos nossos semelhantes. E quem sabe, em um dia qualquer, a gentileza deste mesmo semelhante, poderá se achegar a nós, também nos proporcionando bem estar…



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


PRETTE, Z. A. P. D.; PRETTE, A. D. Habilidades sociais e análise do comportamento: proximidade histórica e atualidades. Perspectivas em Análise do Comportamento, [S. I.], vol. 1, n. 2, p. 104-105, 2017.

DOI: 10.18761/perspectivas.v1i2.33.

Disponível em: <https://www.revistaperspectivas.org/perspectivas/article/view/33>. Acesso em: 12 set. 2022.


DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira e DEL PRETTE, Almir. Desenvolvimento interpessoal e educação escolar: o enfoque das habilidades sociais. 1998, vol.6, n.3, p. 217-229. ISSN 1413-389X.

Disponível em:


RABELO, A. L. A., HEES, M. A. G., & Pilati, R. (2012). A Moderação da prosocialidade entre o priming e a intenção de gentileza. Psico, vol. 43, n. 2.

Recuperado de

Acesso em: 12 set. 2022.


DEL PRETTE, Zilda A. P.; DEL PRETTE, Almir. Psicologia das habilidades sociais: terapia e educação. 2 ed. Petrópolis: Vozes, p. 75. 1999.







Artigo: Marcelo Tadeu Silva

Publicação: Maíra Paschoal

Revisão: Daniela Gama @danirgama

Supervisor: Gabriel de Souza Silva (@gabrielssilva_psi)

Imagem: internet


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1 Comment


mariliacosta72
Nov 18, 2022

Que show de texto... Adorei 💪🙌💖

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