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Texto sobre o documentário: Quebrando Mitos
Penso o quanto nossa existência é política e o quanto somos negligentes e/ou omissos em relação ao nosso papel no mundo e a responsabilidade social que nós temos enquanto seres políticos.
Pensei muito em escrever essa dica por conta das responsabilidades atreladas aos papéis que tenho como supervisor da @lap_social como Psicólogo, mas, todos que me conhecem e já ouviram e/ou sabem um pouco da minha vida e da minha trajetória pessoal e/ou profissional. O texto atravessa minha existência por vários fatores, motivos e aspectos, mas aqui falarei dos impactos do documentário e menos da minha existência e/ou experiência.
No dia 31 de agosto de 2022, eu estava acompanhando às notícias da revista Piauí e li uma notícia com o título “HÁ VÁRIOS MODOS DE MATAR UM GAY”, o título me atravessou, lógico, e fui ler o depoimento do Fernando Grostein Andrade ao Jornalista João Batista Jr. Após ler todo aquele depoimento pensei o quanto muitas histórias se cruzam em um Brasil tão plural e diverso, mandei para algumas pessoas com meus comentários e falei com o (Vini e a Dessa) para que pudéssemos falar sobre esse tema no Núcleo de Sexualidade e Gênero.
Combinamos de assistir juntos para trabalharmos no núcleo, mas, como o tema atravessa minha existência, eu precisei assistir sozinho para compreender o tamanho do impacto, depois assisti com o ex-boy e com meus amigos online (uma droga ser online, mas valeu a pena, fiquei vendo-os através da tela do meet), para que tivéssemos uma fundamentação no trabalho da reunião do Núcleo.
O documentário e/ou depoimento fala da masculinidade catastrófica do Sr. Presidente da República e/ou do ex-presidente dos EUA. Além de outras tantas pessoas que têm essa mesma masculinidade. Porém no contraponto, existe o depoimento de um homem sensível, um homem que aos 40 anos expôs os impactos da homofobia, episódios de abuso sexual, bullying e o quanto sua saúde mental foi afetada por tantos episódios de sofrimento.
Eu fiquei me questionando sobre os impactos na vida pessoal de um homem LGBTQIAPN+, branco, famoso, irmão de apresentador de televisão, com apoio de seus amigos, família e uma boa força interior, vinda de muita sessão de terapia. Fiquei ainda mais fã e encantando com toda trajetória do Fernando, pois, o acompanho através das suas redes socias já faz um tempo.
Quantos membros da comunidade LGBTQIAPN+ já pensaram em suicídio? Já sofreram abuso sexual? Já sofreram homofobia familiar e/ou homofobia em outros ambientes? Até quando seremos negligentes aos outros? Quantas pessoas LGBTQIAPN+ são empresários? Tem cargo de liderança dentro de uma empresa?
Apesar de uma população numerosa na comunidade, somos minorias, minorias que são dependentes de políticas públicas de um estado laico, com empresas atreladas a igrejas e usam o estado para determinar o rumo da nação, esquecendo-se dos grupos minoritários.
Penso que muitas pessoas não têm essa força, apoio e compreensão, então, esse documentário incentiva uma conexão com seu eu interior e com sua rede de apoio. Esse documentário e/ou depoimento fala com todos, com pessoas dentro da comunidade e fora, com profissionais da saúde, segurança e com toda uma sociedade que exclui, que é omissa, negligente e não pontua os impactos dos sofrimentos psicológicos.
Mas, penso o quanto às pessoas querem ser impactadas? O quanto às pessoas querem aprender com às minorias? Quantas pessoas conseguiram assistir todo o documentário e/ou ler todo o depoimento foram impactadas e foram transformadas? Mas, será que todos querem mudança?
Penso na necessidade de ter empatia, responsabilidade afetiva e emocional para emitir nossa opinião atrelada com críticas como as que eu li no setembro Amarelo, críticas que o suicídio acontece o ano inteiro, que ninguém fala sobre saúde metal em outros períodos do ano, como críticas expressas a campanha do setembro Amarelo por perdurar um mês inteiro. Aprendo com às críticas, mas, podemos ocupar espaços e promover reflexos sem pautar tudo com críticas. Como, por exemplo, fiz uma palestra sobre o setembro Amarelo, apresentei fatos e às pessoas tem autonomia e independência para compreender e emitir críticas sem necessariamente o mundo virar um lugar de gente que faz críticas sem promover reflexões. O meu papel aqui é promover reflexão e, sim, deixar essa dica para todos. Pessoas com autonomia de pensamento, liberdade, empatia, respeito, conseguem fazer inúmeras leituras e não necessariamente precisamos emitir críticas o tempo todo, a sociedade chegou nesse nível atual, por inúmeras críticas promovidas por canais de televisão com quadros de opinião, onde pessoas viralizam com seu discurso de ódio, precisamos desafiar a massa a se conectar com o afeto.
O documentário e/ou depoimento tem como intuito promover reflexão à cerca da eleição de 2022 e lembro automaticamente da frase brilhante e magnifica de Simone de Beauvoir “O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplice entre os próprios oprimidos.”
Acredito que o Fernando e o seu esposo irão conseguir atingir o objetivo de trazer reflexões sobre a masculinidade, eleições e acredito em tempos melhores.
“Acredito na palavra que não fere, no olhar que não discrimina, no abraço que acolhe, no beijo que celebra o amor, na igualdade de direitos, na luta e no respeito. Acredito na vida para o dia nascer feliz!”
Que o afeto nos afete!
FONTES:
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Artigo: Gabriel de Souza Silva
Publicação: Andréa Crispim
Revisão: Daniela Gama @danirgama
Supervisor: Gabriel de Souza Silva (@gabrielssilva_psi)
Imagem: internet
Lindo texto Gabriel ... Aprendi esta semana na faculdade: “As grandes irrupções da experiência subjetiva privatizada ocorrem em situações de crise social, quando uma tradição cultural (valores, normas e costumes) é contestada e surgem novas formas de vida. Em situações como estas, os homens se veem obrigados a tomar decisões para as quais não conseguem apoio na sociedade”. (FIGUEIREDO; SANTI, 2008, p. 20-21). Desejo mui sinceramente que algo de melhor esteja acontecendo em nossa sociedade e nossas vidas ... Marília Costa