Você sabe o que é “preconceito linguístico”?
- ligapsisocial9
- 3 de abr. de 2023
- 2 min de leitura

Você sabe o que é “preconceito linguístico”?
No nosso país há uma vasta dimensão cultural, dentre elas a forma de se expressar e se comunicar no seu dia a dia. Dependendo como nos expressamos e nos comunicamos podemos sofrer preconceito.
Segundo Marcos Bagno, professor, linguista e filósofo, “o preconceito linguístico classifica-se como todo juízo de valor negativo às variações linguísticas de valor social pequeno”. Estamos usando o português de forma errada quando não seguimos a forma padrão escrita e falada? Bagno menciona que “não há uma língua certa ou errada, mas que existem maneiras adequadas ou inadequadas de falar, dependendo do contexto”.
As causas
· A forma como a elite faz uso da língua com o objetivo de manter estruturas de dominação;
· Pessoas que controlam o poder econômico, político, cultural, oprimindo aqueles que não fazem parte destes grupos;
· Manutenção do processo de segregação entre eles (elite), tornando assim a língua uma ferramenta de exclusão;
· Por viverem em regiões mais desenvolvidas as pessoas acham que são mais cultas, superiores devido ao sotaque da região;
· Intolerância e ignorância das diferenças linguísticas em uma só língua.
As consequências
· Acreditar que só existe um jeito certo de expressar;
· Pessoas que não se encaixam no padrão são mal-vistas;
· Prejudica a autoestima;
· Dificuldades pra arrumar emprego;
· Medo de falar em público e se expressar, imaginando o que os outros irão achar;
· Medo de frequentar determinados ambientes;
· Expor suas ideias;
· Sofre piadas de mau gosto;
· Se considera menos importante e inteligente.
Podemos assim dizer que o preconceito linguístico tem uma estreita relação com o racismo, a homofobia, diferenças regionais, culturais e econômicas. O nordestino por exemplo é chamado de burro, por falar “diferente” de uma outra região, sendo assim considerado incapaz. Já dizia o poeta Patativa do Assaré: “é melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”.
Em seu Cordel “O Linguajar Cearense”, Josenir Alves de Lacerda fala: se alguém é desligado, é chamado de bocó, qualquer ferida é pereba, o doido é abirobado, artigo novo é zerado, recipiente é vazia, meia garrafa é meiota.
Como acabar ou minimizar o preconceito linguístico
É necessário um novo olhar para esta temática, por parte das escolas principalmente os professores de língua portuguesa que tem um papel fundamental nesta construção. Procurar formas de trabalhar a adequação linguística, será um fator muito importante nesta etapa, criar mecanismos para trabalhar a variação linguística onde não existe certo ou errado, feio ou bonito. Há variações diferentes entre si, elas têm o mesmo valor e importância para uma formação cultural.
Quando criticamos o modo de falar de uma pessoa, estamos desrespeitando sua identidade, todas as variações linguísticas são aceitas e devemos respeitá-las enquanto valor cultural.
Fonte:
- https://www.projetoredacao.com.br/temas-de-redacao/o-preconceito-
linguistico-no-brasil/o-preconceito-linguistico-e-seus-efeitos-em-discussao-
no-brasil-1/579571ee94/
- BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo:
edições Loyola, 1999

Artigo: Antonio Agenor
Publicado: Maíra Paschoal
Revisão: Daniela Gama @danirgama
Supervisor: Gabriel de Souza Silva (@gabrielssilva_psi)
Imagem: internet
Muito bacana👏🏼👏🏼