top of page

Você sabe o que é “preconceito linguístico”?

Você sabe o que é “preconceito linguístico”?


No nosso país há uma vasta dimensão cultural, dentre elas a forma de se expressar e se comunicar no seu dia a dia. Dependendo como nos expressamos e nos comunicamos podemos sofrer preconceito.


Segundo Marcos Bagno, professor, linguista e filósofo, “o preconceito linguístico classifica-se como todo juízo de valor negativo às variações linguísticas de valor social pequeno”. Estamos usando o português de forma errada quando não seguimos a forma padrão escrita e falada? Bagno menciona que “não há uma língua certa ou errada, mas que existem maneiras adequadas ou inadequadas de falar, dependendo do contexto”.


As causas


· A forma como a elite faz uso da língua com o objetivo de manter estruturas de dominação;

· Pessoas que controlam o poder econômico, político, cultural, oprimindo aqueles que não fazem parte destes grupos;

· Manutenção do processo de segregação entre eles (elite), tornando assim a língua uma ferramenta de exclusão;

· Por viverem em regiões mais desenvolvidas as pessoas acham que são mais cultas, superiores devido ao sotaque da região;

· Intolerância e ignorância das diferenças linguísticas em uma só língua.


As consequências


· Acreditar que só existe um jeito certo de expressar;

· Pessoas que não se encaixam no padrão são mal-vistas;

· Prejudica a autoestima;

· Dificuldades pra arrumar emprego;

· Medo de falar em público e se expressar, imaginando o que os outros irão achar;

· Medo de frequentar determinados ambientes;

· Expor suas ideias;

· Sofre piadas de mau gosto;

· Se considera menos importante e inteligente.


Podemos assim dizer que o preconceito linguístico tem uma estreita relação com o racismo, a homofobia, diferenças regionais, culturais e econômicas. O nordestino por exemplo é chamado de burro, por falar “diferente” de uma outra região, sendo assim considerado incapaz. Já dizia o poeta Patativa do Assaré: “é melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”.


Em seu Cordel “O Linguajar Cearense”, Josenir Alves de Lacerda fala: se alguém é desligado, é chamado de bocó, qualquer ferida é pereba, o doido é abirobado, artigo novo é zerado, recipiente é vazia, meia garrafa é meiota.


Como acabar ou minimizar o preconceito linguístico


É necessário um novo olhar para esta temática, por parte das escolas principalmente os professores de língua portuguesa que tem um papel fundamental nesta construção. Procurar formas de trabalhar a adequação linguística, será um fator muito importante nesta etapa, criar mecanismos para trabalhar a variação linguística onde não existe certo ou errado, feio ou bonito. Há variações diferentes entre si, elas têm o mesmo valor e importância para uma formação cultural.


Quando criticamos o modo de falar de uma pessoa, estamos desrespeitando sua identidade, todas as variações linguísticas são aceitas e devemos respeitá-las enquanto valor cultural.


Fonte:


- https://www.projetoredacao.com.br/temas-de-redacao/o-preconceito-

linguistico-no-brasil/o-preconceito-linguistico-e-seus-efeitos-em-discussao-

no-brasil-1/579571ee94/

- BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo:

edições Loyola, 1999









Artigo: Antonio Agenor

Publicado: Maíra Paschoal

Revisão: Daniela Gama @danirgama

Supervisor: Gabriel de Souza Silva (@gabrielssilva_psi)

Imagem: internet


 
 
 

1 Comment


andreiaalegra
Apr 03, 2023

Muito bacana👏🏼👏🏼

Like

© 2023 por O Artefato. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Spotify - Black Circle
  • Instagram - Black Circle
bottom of page