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DIA MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO.

Foto do escritor: ligapsisocial9ligapsisocial9

Atualizado: 18 de mai. de 2022

Em 2008, a ONU escolheu o dia 02 de abril para marcar como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

O objetivo desse dia é esclarecer a população sobre o Autismo, desconstruindo estigmas sociais e as falsas informações, que alimentam a discriminação e o preconceito que atingem essas pessoas.

Para se ter uma ideia em questão de números, a Organização Mundial da Saúde, em 2018, estimava que cerca de 70 milhões de pessoas no mundo estavam em alguma condição do Transtorno do Espectro Autista, sendo aproximadamente 2 milhões de pessoas só no Brasil.


Mas, afinal, o que é o Transtorno do Espectro Autista?


O Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno do neurodesenvolvimento com curso crônico, a pessoa já nasce com essa condição, ou seja, não tem como uma pessoa se tornar autista ao longo da vida.

Por ser um transtorno do neurodesenvolvimento permanente, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (2019), o Autismo não deve ser visto como uma patologia a ser curada, suas causas são diversas e complexas, possuindo combinações entre fatores genéticos e ambientais.

O autismo é caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social e, no aparecimento em interesses restritos e repetitivos. O diagnóstico pode até ser dado apenas na vida adulta, mas, é na infância que os primeiros sinais aparecem.

O fato de uma pessoa receber um diagnóstico de autismo, não significa, obrigatoriamente, que ela tem prejuízos em seu desenvolvimento intelectual, em alguns casos o autista apresenta traços de genialidade. É muito importante ressaltar que pessoas com autismo não são incapazes.

Alguns exemplos, bastante comuns de aptidões encontradas nas pessoas com autismo são: habilidades de lidar com questões lógicas e matemáticas; inclinação a serviços visuais; maior disposição a atividades repetitivas e metódicas; trabalhos que envolvem regras, padrões, e conceitos bem definidos; habilidades de lembrar fatos a longo prazo.

Segundo o Modelo da Neurodiversidade (ORTEGA, 2009), o neurodesenvolvimento atípico deve ser entendido como uma diferença humana a ser respeitada e não como algo a ser curado.

A forma como o autismo pode se apresentar é único em cada indivíduo, embora os critérios de diagnósticos sejam claros.

Muitas vezes pode se apresentar nos autistas estímulos sensoriais exacerbados ou diminuídos, que para a maioria das pessoas podem ser comuns.

Por ser um transtorno heterogêneo (desigual), pode-se encontrar desde autistas com altas habilidades até autista com muitas dificuldades, que precisam de um apoio permanente para o desenvolvimento em diversas atividades.

Os graus do autismo podem ser leves, moderados ou severos. A maioria das pessoas possuem apenas alguns sinais, sendo raro os casos de severidade.

Os sinais do autismo aparecem ainda na primeira infância, sendo muito importante um diagnóstico prematuro para que a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade que o cérebro tem de formar novas conexões, seja mais aproveitada.

Embora a neuroplasticidade esteja presente durante o ciclo da vida dos seres humanos, é na infância que ela é mais potente.


Os Desafios e o Papel Social


Antes de mais nada, se faz necessário dizer que, discriminar as pessoas com autismo é considerado uma violação contra os direitos humanos.

Um dos principais desafios para as pessoas com autismo e seus familiares são as barreiras capacitistas e psicofóbicas que estão presentes em nossa sociedade e, que, impedem a promoção na qualidade de vida a dessas pessoas.

Estruturalmente a nossa sociedade possui uma concepção de que pessoas com deficiência ou com transtornos mentais são incapazes, como se fossem subprodutos humanos descartáveis, aos quais devem ser eliminados sistematicamente.

Esse pensamento arcaico que se entranhou em nossa sociedade é o que alimenta a discriminação e o preconceito, trazendo um desinteresse e uma falta de olhar mais cuidadoso e humano.

A lei Brasileira de Inclusão das Pessoas com Deficiência (2015), é destinada a assegurar e promover, em caráter de igualdade, os direitos e as liberdades fundamentais das pessoas com deficiência, objetivando-se na sua inclusão social e cidadania. Essas garantias de direitos se referem, por exemplo, ao direito à saúde, educação, moradia, alimentação, trabalho, transporte, mobilidade, de casamento, fertilidade, entre outras, isso quer dizer, todos os direitos que são inalienáveis a todos os seres humanos.

Uma das pautas da ONU em 2020, foi chamar a atenção para as questões de acesso a educação secundária, ao emprego e à vida independente do autista.

Mas, o que se percebe na sociedade, infelizmente, é que essas garantias de direitos acabam não sendo respeitadas, não contemplando a todos.

Nos contextos de empregabilidade o IBGE publicou que 85% dos autistas brasileiros não estão no mercado de trabalho. É possível que pela falta de informação, o empregador não saiba o que esperar em termos de comportamentos e resultados.

O compromisso social da Psicologia é contribuir para a promoção de direitos e o combate aos processos de medicalização e patologização da vida.

Articulando com a sociedade e com os órgãos governamentais, maneiras para sairmos de um modelo biomédico para o modelo social, que visa na adaptação da sociedade e não na adaptação das pessoas com deficiência.

Nós, como estudantes e profissionais da Psicologia, precisamos sair de uma postura de passividade para sermos agentes de transformação.

Por isso, a necessidade de falarmos sobre essas questões e trazermos em nossas pautas discussões que promovam uma reflexão social.

Façamos do dia 02 de abril um marco e não apenas mais uma data comemorativa em nosso calendário.

O lugar de autista é em todo lugar.


Seja um agente de transformação compartilhando essa informação, comentando e curtindo.

Até mais!


FONTES:


BERNIER, Rafael A.; DAWSON, Geraldine; NIGG, Joel T. O QUE A CIÊNCIA DIZ SOBRE O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: Fazendo escolhas certas para o seu filho. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2021.


GAIATO, Mayra. S.O.S. AUTISMO: Guia completo para entender o Transtorno do Espectro Autista. 3. ed. São Paulo: nVersos, 2018.













Artigo por Daniela Ramela Gama

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